“Aura_in visibilidade do feminino”, a mais recente exposição da artista onde apresenta obras recentes e inéditas que evocam artistas, arquitetas e designers que, pela condição de serem mulheres, não conseguiram inscrever o seu nome na História.
A inauguração terá lugar no dia 8 de junho de 2023, pelas 16 horas, e a exposição ficará patente na zet gallery, em Braga, até 16 de setembro.
“Intencionalmente, a obra de Fernanda Fragateiro procura esta reparação, reescrita ou reconstituição de uma História da Arte que devolve o lugar às mulheres. A singularidade da obra de Fernanda Fragateiro está, precisamente, nesse caminho entre a estória, o arquivo e a forma, nesse processo de síntese de uma memória por escrever, de uma mulher por inscrever”, destaca Helena Mendes Pereira, diretora da zet gallery.
O nome da exposição alude também a “AURA”, livro do Carlos Fuentes que conta a história de uma velha mulher que convoca o passado fazendo aparecer outra mulher, muito mais jovem, Aura. As duas mulheres são uma única.
O livro é sobre o desejo de aparecer e de permanecer.
“Aura é assim uma espécie de fantasma e de voz que está presente na ausência. A palavra Aura significa sopro, emanação, atmosfera. Aura é também nome de mulher. As artistas que aparecem no meu trabalho têm uma aura, existe um rumor à volta delas pelas histórias que as envolvem, pelo desaparecimento a que foram sujeitas”, explica Fernanda Fragateiro.
Nesta exposição, estarão patentes 13 produções artísticas e inspiradas pela vida e obra de artistas, arquitetas e designers, com enfoque no modernismo, como Agnes Martin, Charlotte Perriand, Clara Porset. Denise Scott Brown ou Lotte Stam-Beese, autoras, mulheres, cujas obras e estórias de vida movem Fernanda Fragateiro.
Para Helena Mendes Pereira, que integra a equipa da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, “esta exposição não é tanto uma retrospetiva ou antologia, mas sim uma síntese expandida de quem é Fernanda Fragateiro”.
“E, nesta síntese está marcada a causa maior do feminismo, de ser mulher e de saber que não pode não contribuir para que a História seja revista, para que se produza um novo discurso e se exija igualdade absoluta”, conclui.