Admiro o poder da música em conseguir unir as pessoas, num único propósito. Basta olhar para 1985 e o “Live Aid” e a forma como abriu consciências e emocionou até os mais empedernidos. Como disse o Bono, dos U2, “A música pode mudar o mundo, porque pode mudar as pessoas”, e isso é inegável, contudo precisamos estar dispostos a ouvir atentamente!
A música que consumimos vai-nos moldando, tornando-nos pessoas diferentes, ora mais alegres ora mais melancólicas, vai transformando o nosso estado de espírito no desenrolar das suas notas, aumentando a nossa capacidade de sonhar, a nossa capacidade criativa e a forma como vemos ou vamos encarando o mundo acompanhando passo a passo as nossas emoções.
Pessoalmente, sou um privilegiado por já ter tido a possibilidade de experienciar vários concertos, dentro e fora do país, desde orquestras a algumas das melhores bandas de pop/rock de sempre, mas cada vez mais nós, portugueses, estamos no mapa das digressões dos grandes nomes da música e podemos viver de perto a emoção de estar no meio de milhares de pessoas a viver o que aquela música nos diz a nós, a cada um individualmente, e ao mesmo tempo a todos juntos… uma sensação incrível!
Atualmente todos temos à disposição uma miríade de festivais, espetáculos e concertos que nos permite selecionar e assistir ao que de melhor se faz no mundo da música, de todos os géneros imagináveis. No entanto, e por tanto gostar de vivenciar estes momentos únicos, sei também que não está acessível ao bolso de todos e este é um assunto a que os agentes culturais devem estar atentos, porque a cultura é para ser paga, porque os artistas precisam do seu sustento, mas as agências não podem ser “leoninas” nas margens que aplicam. Bem sei que a lei da oferta e procura funciona assim, mas convenhamos, haja bom senso em prol de todos…
E porquê este tema? Veio a reboque dos tão falados concertos dos Coldplay que estão a encher Coimbra com cerca de 200 mil pessoas em 4 dias. É a primeira vez que uma banda desta dimensão realiza quatro concertos consecutivos em Portugal, completamente esgotados.
E o que me apraz é ver a cidade ser colocada no mapa destes eventos (depois de 2010 com os U2), retirando alguma hegemonia a Lisboa e ao Porto e permitindo uma melhor centralização de distâncias para quem se desloca de todo o país. Para além disso há toda a capitalização que daqui advém para a cidade em si, ou seja, o comércio, turismo, divulgação, etc.
Mais uma vez o poder da música em unir as pessoas que a Coimbra se deslocarão com o mesmo propósito de viver uma experiência única, de sentir emoções individuais através das notas soltas no meio da multidão, irão com certeza elevar o seu espírito e todos sairão a ganhar… as pessoas, a banda e a cidade de Coimbra.
Que a música seja, mais uma vez, um elemento transformador!